AQUISIÇÃO DE HABILIDADES FUNCIONAIS POR MEIO DE ESTÍMULO PRECOCE NA ESQUIZENCEFALIA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Autores:
Valéria Silva1; Gabrielle Asensi1; Jorge Victor Queiroz1; Lucas Viana1; Kamila Hágata Pinheiro1; Waleska Passos1; Bruna Oliveira2.

1 Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro.
2 Fisioterapeuta Mestre; Docente no Centro Universitário Fametro.


RESUMO

Introdução: Esquizencefalia é uma má formação congênita caracterizada por fendas de migração neuronal, não contendo uma causa específica. A técnica de estímulo precoce promove habilidades funcionais por meio da neuroplasticidade neuronal, adaptando o cérebro às condições fisiológicas do indivíduo e à interação com o meio. Objetivo: Analisar a influência do estímulo precoce no processo de aquisição funcional em indivíduos com esquizencefalia. Método: Revisão da literatura, utilizando as bases de dados Pubmed, Lilacs, Medline e biblioteca eletrônica Scielo, tendo como descritores: Plasticidade Neuronal, Sistema Nervoso e Exercício Físico. O estudo seguiu as seis fases do projeto, tendo como base a elaboração da pergunta norteadora, a busca por artigos científicos, a coleta dos dados, uma análise crítica dos artigos para elaboração dos resultados, apresentação da discussão e conclusão do estudo. Resultado e discussão: O estímulo precoce atua na plasticidade neural, induzindo alterações plásticas e dinâmicas do Sistema Nervoso, ocasionando o recapeamento das conexões neurais corticais por experiências sensório-motoras e ambientais. Os estudos mostram que a técnica apresentou evolução quanto ao aumento no controle de tronco, permitindo o alcance dos marcos motores, melhora no equilíbrio e propriocepção. A percepção corporal, concentração, fortalecimento muscular e redução da espasticidade ocorre devido as técnicas de alongamento e mobilização, presentes nas condutas de estimulo precoce. Conclusão: O estudo permitiu identificar que a técnica de estimulação precoce proporciona a melhora no processo da neuroplasticidade, adaptando o cérebro aos estímulos do meio externo, aumentando as substancias excitatórias, contribuindo para uma melhor resposta fisiológica.

Palavras-chaves: Neuroplasticidade; Reabilitação; Fisioterapia;

ABSTRACT

Introduction: Schizencephaly is a congenital malformation characterized by neuronal migration cracks, not having a specific cause. The early stimulation technique promotes functional abilities through neuronal neuroplasticity, adapting the brain to the individual\’s physiological conditions and interaction with the environment. Objective: To analyze the influence of early stimulation on the process of functional acquisition in individuals with schizencephaly. Method: Literature review, using Pubmed, Bireme and Scielo electronic library databases, having as descriptors: Neuronal Plasticity, Nervous System and Physical Exercise. The study followed the six phases of the project, based on the elaboration of the guiding question, the search for scientific articles, data collection, a critical analysis of the articles to elaborate the results, presentation of the discussion and conclusion of the study. Results and discussion: Early stimulation acts on neural plasticity, inducing plastic and dynamic changes in the Nervous System, causing the recapping of cortical neural connections by sensorimotor and environmental experiences. Studies show that the technique has evolved in terms of increased trunk control, allowing the achievement of motor milestones, improving balance and proprioception. Body perception, concentration, muscle strengthening and spasticity reduction occur due to stretching and mobilization techniques, present in early stimulation behaviors. Conclusion: The study allowed us to identify that the early stimulation technique provides an improvement in the neuroplasticity process, adapting the brain to external stimuli, increasing excitatory substances, contributing to a better physiological response.

Keywords: Neuroplasticity; Rehabilitation; Physiotherapy;

INTRODUÇÃO

A esquizencefalia é uma má formação congênita de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central com alterações de migração celular, caracterizada por uma fenda que compromete todo o espaço do hemisfério cerebral comunicando o lúmen ventricular com o espaço subaracnóide cujas bordas se encontram cobertos de substância cinzenta. (HERNANDEZ et al., 2016).

A pesquisa realizada por Riveira et al., (2018), aponta que não há registros epidemiológicos adequados sobre esquizencefalia na América do Sul. Entre tanto nos Estados Unidos a prevalência é de 1,54 para cada 100.000 nascidos vivos, e na Hungria 0,54 por 10.000 habitantes nascidos vivos.

Segundo Costa et al., (2018), esta patologia pode ser desencadeada por fatores genéticos, onde ocorre um possível defeito na transferência de neuroblastos primitivos, hereditária (problemas circulatórios) ou na gestação com diminuição do fluxo sanguíneo para o encéfalo do feto. Com características lesão a nível neuronal ocorrendo no terceiro e quarto mês de gestação, afetando as células encarregadas pelo desenvolvimento da região cortical promovendo a fenda que está fixada de acordo com os neurônios acometidos.

Para Martínez (2013), a esquizencefalia é classificada como unilateral ou bilateral, possuindo dois subtipos: tipo I (lábio fechado) e tipo II (lábios abertos, onde as fendas cerebrais conectam os ventrículos). O diagnostico pode ser obtido através de exames de imagens que avaliam o grau de comprometimento do sistema nervoso central.

Para Restrepo (2014), as manifestações clinicas são frequentes e em todos os casos estão associados com o local e extensão acometidos pela má formação, alterações no déficit motor contralateral e transtorno no desenvolvimento da línguagem e epilepsia, suas manifestações motoras vão de hemiparesia até espasticidade, em todos os casos os paciente apresentam-se com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e várias outras manifestações como, microcefalia e variações visuais

Segundo Hernandez et al., (2016), de maneira geral, o tratamento para pacientes portadores de esquizencefalia fundamenta-se em uma abordagem multidisciplinar com: terapia física, ocupacional e medicamentosa para controle das manifestações clínicas (crises convulsivas), e casos associados a hidrocefalia faz-se o uso de derivação ventricular peritoneal (DVP).

O tratamento fisioterapêutico baseia-se na técnica de estímulo precoce que utiliza exercícios, jogos, atividades e outros recursos para o desenvolvimento cerebral infantil, beneficiando seu lado intelectual, físico e afetivo. Para Roque, Lukaphewski e Barbosa (2016), o Sistema Nervoso necessita da ação de células (neurônios e células glias), os neurônios são células que tem a capacidade de estabelecer conecções, estas conecções acontecem perante a estimulação proveniente do organismo e do meio externo. Quando há estimulação dos neurônios, impulsos elétricos são ocasiona-dos junto com a liberação de substâncias químicas, e a cada estímulo ocorre a reorga-nização desta rede auxiliando nas mais diversas respostas.

Sendo assim, o objetivo do presente artigo foi analisar a influência do estímulo precoce no processo de aquisição funcional em indivíduos com esquizencefalia, por meio de uma revisão literária, utilizando a pergunta norteadora como guia direcional para a busca ao resultado do estudos.

METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado por meio de uma revisão da literatura, abrangendo definição, epidemiologia, fisiopatologia, tratamento e uma perspectiva do que é realizado para aquisição funcional na reabilitação de indivíduos diagnosticados com esquizencefalia, disponibilizando dessa forma, informações da referida patologia, para que estudantes e profissionais da área, além da população em geral, comecem a conhecer e entender um pouco mais sobre a estimulação precoce e a neuroplasticidade.

Para o estudo, selecionaram-se artigos publicados entre os anos de 2012 a 2020, obtidos nas bases de dados Medline (Meddlars Online), Pubmed, Lilacs (Literatura-latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Scielo (The Scientific Eletronic Library Online), que forneceram subsídios teóricos para analise e discursão a respeito do tema. Como critério de inclusão foram utilizados ensaio clínicos randomizados, estudo que envolvessem estímulo precoce e livros de pediatria, neurologia e reabilitação, todos os artigos deveriam estar indexados em revista de fisioterapia e como critério de exclusão artigos que fugissem da temática abordada.

Durante a busca, foi encontrado 57 publicações, sendo selecionado para o estudo 24 artigos e excluídos 33 por não atenderem aos critérios relacionados ao tema. Em sequência os artigos primários incluídos foram reunidos, para ser gerado uma análise critica dos tratamentos e resultados descritos. Após essa análise, fizemos um levantamento de dados, com tabulações no programa word para escrita das condutas, e tabela no programa excel, para quantificar a qualidade dos resultados obtidos durante a terapia descrita no artigo.

Os dados dos estudos secundários foram sistematizamos, estabelecendo assim a análise crítica com a finalidade de demonstrar a efetividade acerca do estimulo precoce, proporcionando neuroplasticidade para a aquisição de funcionalidade de indivíduos diagnosticados com esquizencefalia, agregando assim, novos conhecimentos a respeito da técnica.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Após a análise crítica dos dados encontrados nos artigos científicos, foi possível elaborar uma tabela, contendo os resultados mensurados durante o tempo de pesquisa. Podemos observar que as técnicas da estimulação precoce obtiveram um valor expressivo quando se trata de alcance dos marcos motores, todos os estudos comprovaram que o atraso no desenvolvimento, desencadeado em decorrência da má formação cerebral, podem ser amplamente alcançados e as janelas do desenvolvimento neuropsicomotor reguladas, apenas com o estimulo precoce.

A aquisição de habilidades funcionais pode ser direcionada por meio da linha do tempo de desenvolvimento, sendo importante não fixar idades especificas para cada evolução, visto que cada organismo poderá responder de forma mais rápida ou lenta, porém, vale considerar que, todos os marcos do desenvolvimento devem estar baseados na janela motora.

O estímulo precoce prioriza ganhos funcionais, que, conforme demonstrados na tabela abaixo, podemos observar as técnicas utilizadas pelos autores, com objetivos específicos em cada uma, para aquisição de uma habilidade funcional, respeitando o limite de cada marco motor de acordo com a idade cronológica ou corrigida de cada individuo.

Tabela 1. Aquisição das habilidades funcionais por meio da estimulação precoce

AUTOR (ANO)TÉCNICARESULTADO
Fundação Vale (2013) Duarte e Rabelo (2015) Sotoriva e Segura (2013)BobathFortalecimento / Controle de Tronco
Mikotajewska, (2012) Ferla, Graze e Perico (2015) Perin (2018)Cinesioterapia aplicadaRolar / Sentar sem apoio
Aquino et al., (2012) Golineleo (2012) Alves (2017)Plataforma de forçaMarcha
Pereira e Duarte (2018) Silva e Silva (2015) Carvalho, Lemos e Goulart (2016)LúdicoEquilíbrio
Maronesi et al., (2015) Pretto et al., (2014), Armendáriz e Sofia (2015)Margareth RoodPercepção corporal / Concentração
Oliveira e Golin (2017) Alencar e Matias (2015) Voight et al., (2014)FNPRedução da espasticidade

Segundo a Fundação Vale (2013), o recrutamento de fibras musculares ao decorrer do exercício está ligado ao aumento das unidades motoras pela ocorrência de maior velocidade na contração e na capacidade muscular. A contração e o relaxa-mento muscular necessitam da interação dos impulsos nervosos recebidos pelas unidades motoras com a origem do estímulo externo, quanto maior o impulsor, maior a quantidade de unidades motoras recrutadas para a contração, resultando no melhor desempenho motor e aumento de força.

Segundo Duarte e Rabello (2015), a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva usa a estimulação proprioceptiva facilitando as respostas motoras, deixando as respostas reflexas e alcançando o estado motor voluntário. Ao inibir os reflexos com a indução das atividades, há a promoção do desenvolvimento dos movimentos corretos e funcional do corpo, impossibilitando assim a permanência de padrões anormais com o menor esforço.

Segundo Sotoriva e Segura (2013), são relacionados à intervenção fisioterapêutica tópicos de treino postural, coordenação, alinhamento e sequenciamento funcional de movimento, que baseia-se em estímulos táteis específicos usados para tornar o desempenho motor mais acessível. Trabalha-se a dissociação de cintura pélvica associada ao movimento de inclinação de tronco, com objetivo de restabelecer o controle motor.

No passar pra sentado e sentar sem apoio, a paciente realizou exercícios de fortalecimento e controle de tronco e quadril, seguidos de inibição dos reflexos primitivos. No em pé com apoio a paciente adquirio através do fortalecimento de membros inferiores. O papel fundamental do método é desenvolver a plasticidade do cérebro, estimular a restauração do estado normal após lesão no sistema nervoso central ou modificar a própria estrutura e suas funções (MIKOTAJEWSKA, 2012).

Conforme Ferla, Graze e Perico (2015), o principio do neuro desenvolvimento aponta que o controle corporal se dá de forma crânio-caudal, o fortalecimento de tronco é uma condição para a coordenação dos membros, do equilíbrio e da funcionalidade. Os exercícios realizados com a utilização da bola suíça, proporcionam uma resposta de equilíbrio e fortalecimento, pois a ação de sentar sobre a bola incentiva as reações musculares coordenadas do tronco.

Segundo Perin (2018), o estímulo deverá acontecer aos primeiros meses de vida, diminuindo com isso as anomalias na evolução da criança, os indivíduos experimentarão etapas de crescimento que podem ser acompanhadas com a técnica de estimulação precoce que tendo como objetivo, ampliar e aperfeiçoar por meio de brincadeiras e exercícios criativos, as mais diversas áreas do cérebro infantil, usufruindo seu lado intelectual, físico e afetivo, com isso, o estímulo precoce trabalha unindo as adaptações do cérebro a sua capacidade de conhecimento.

Segundo Aquino et al., (2012), para a coordenação motora fina é obrigatório ter um grau de habilidade maior, para a manipulação de objetos, pois é necessário saber movimentar-se no espaço com equilíbrio e domínio de gestos e instrumentos havendo a necessidade de uma visão mais aguçada e minuciosa acompanhada pelos gestos das mãos.

O impacto da fisiopatologia no Sistema Nervoso Central, que atua sobre o controle motor, levará o indivíduo a apresentar deficiências primárias e secundárias previsíveis. O processo de intervenção se inicia com a avaliação e a solução do problema das necessidades funcionais do indivíduo. O tratamento se concentra em aumentar a função, utilizando as capacidades funcionais residuais. O manuseio terapêutico é uma estratégia que é utilizada para ajudar o indivíduo a conseguir objetivos funcionais (GOLINELEO, 2012).

Para Alves (2017), o desenvolvimento provem da relação com o ambiente social, o contato com estas compõem o pilar essencial para o desenvolvimento humano, e operam como conciliadores característicos da linguagem, sentimento, cognição e conhecimento, demonstrando assim a relevância das interações sociais nas etapas do desenvolvimento humano.

De acordo com Pereira e Duarte (2018), a coordenação pode ser entendida como a habilidade de controle dos movimentos do corpo, o desenvolvimento é um processo de alterações e mudanças e comportamento durante o curso da vida. Portanto, o processo de aprendizagem e coordenação motora deverá ocorrer durante toda a infância do indivíduo.

Segundo Silva e Silva (2015), a criança precisa de um meio externo que a prepare e estimule, para que ela possa usufruir todas as suas habilidades, quanto mais estratégicas, diferentes e criativas forem as situações de aprendizagem vividas, melhor será e mais eficaz o seu desenvolvimento. Isto permite reforçar que o processo de aprendizagem motor e da coordenação motora deverá ocorrer durante toda a infância do indivíduo de maneira criteriosa. Sabendo que a coordenação está ligada com os movimentos do dia a dia, pois, quando não trabalhados corretamente, podem interferir no desenvolvimento das atividades básicas de vida da criança

Segundo Carvalho, Lemos e Goulart (2016), a instituição familiar é o primeiro contexto que desempenha a parte fundamental nos níveis de progressão infantil, fatores emocionais, comportamentais e ambientais também são importantes para o desenvolvimento da linguagem. Para a aquisição motora o individuo necessita de um ambiente favorável, ou seja, com muito estímulo.

Desde o momento da concepção, o organismo humano tem uma organização biológica, um calendário maturativo e evolutivo, uma porta aberta à integração e à estimulação. As possibilidades motoras da criança evoluem amplamente de acordo com sua idade e chegam a ser cada vez mais variadas, completas e complexas. A criança é um ser dinâmico, complexo, em constante transformação, que apresenta uma sequência regular de crescimento físico e de desenvolvimento neuropsicomotor. Esse desenvolvimento sofre a influência contínua de fatores intrínsecos e extrínsecos que provocam variações de um indivíduo para outro e que tornam único o curso do desenvolvimento de cada criança (MARONESI et al., 2015).

Para Pretto et al., (2014), a compreensão sensorial, os movimentos normais, o rolar, a sedestação, o engatinhar, o andar, a conversação, a interação social e a cognição serão exercitadas de acordo com o processo neuro evolutivo dentro desses aspectos, onde a marcha é a última aquisição motora.

Armendáriz e Sofia (2015), declaram que o método de Margareth Rood utiliza o manejo condizente de estímulos sensórias e obtém uma melhor resposta decorrente da normotonia, através de evoluções monitoradas de respostas motoras reflexas; os estímulos tem como base o desenvolvimento sensório-motor com o objetivo de conseguir uma resposta motora reflexa, levando-o a um controle maior, realizando atividades condizentes com a idade, resultando na criação do nível subcortical uma resposta dentro do padrão motor correto.

Segundo Oliveira e Golin (2017), a espasticidade caracteriza-se pela: hipertonia elástica; hiper-reflexia e paresia. O alongamento passivo é a principal técnica usada, pois além de atuar na redução da hipertonia, fornece maior mobilidade articular e previne o estabelecimento de contraturas e deformidades musculoesqueléticas.

Para Alencar e Matias (2015), a fisiologia do alongamento está ligada aos receptores periféricos envolvidos: o fuso muscular e o órgão tendinoso de golgi (OTG); o fuso muscular possibilita o alongamento eficaz, pois os motoneurônios alfa desperta a contração muscular agonista ao movimento e inibem os músculo antagonistas, o OTG contrapõem a resposta produzida com a sensibilização do fuso e inibir a contração muscular agonista estimulando a contração antagonista, isto resulta na diminuição direta do tônus muscular por meio das alterações fisicoelástica passivas ou indireta através da inibição reflexa procedente da diminuição de pontes cruzadas entre actina e miosina.

Para Voight et al., (2014), sita que a base fisiológica do alongamento segue uma determinada ordem: primeiro os impulsos vem do fuso muscular que informa ao Sistema Nervoso Central que o músculo está sendo alongado, os impulsos gerados retornam da medula para o músculo fazendo com que este se contraia reflexamente e resista ao alongamento; em seguida, o órgão tendinoso de Golgi respondem a modificação no comprimento e ao elevado nível de tensão, após seis segundos de alongamento os impulsos começam a suprir os fusos musculares e resultam no relaxamento reflexo do músculo antagonista.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo foi possível demonstrar os efeitos da técnica de estímulo precoce no desenvolvimento neuropsicomotor em paciente portador de esquizencefalia. Os resultados obtidos foram: fortalecimento muscular, controle de tronco, aquisição de marcos motores como o rolar, sentar com apoio e sem apoio e a marcha, além do equilíbrio, propriocepção, percepção corporal, concentração e melhora na espasticidade

A técnica de estímulo precoce junto com a neuroplasticidade exerceu uma função importante no processo de maturação do Sistema Nervoso Central, pois proporcionou uma evolução significativa na aquisição das habilidades funcionais, adaptando o cérebro aos estímulos provenientes do meio externo e contribuindo para uma melhor interação social, racional, física e afetuosa.

Os resultados deste estudo incrementam a continuação do conhecimento sobre os efeitos desta técnica na intervenção de paciente portador de esquizencefalia, objetivando a comprovação do estímulo precoce no aprimoramento do desenvolvimento neuropsicomotor.

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